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quinta-feira, 17 de maio de 2012

SECA DO CORAÇÃO

 
 
SECA DO CORAÇÃO
 (Autor: Victor Alvim )
 O sertão já foi muito castigado
Pela seca implacável e inclemente
Que maltrata a terra e sua gente
De fome e de sede morre o gado
Deixa o solo totalmente rachado
Sem chance nenhuma pra plantação
Falta água, comida, leite e pão
Falta a refeição por sobre a mesa
Sobra dor, amargura e tristeza
Quando a seca castiga o meu sertão

 
 E assim já senti meu coração
Que também já foi muito maltratado
Já senti o meu peito esturricado
Rachado feito o solo do sertão
Parecendo não ter mais salvação
E nem forças pra poder suportar
Gente seca que gosta de humilhar
E em seu peito só trazem a secura
E uma espécie de pedra da mais dura
Em vez do coração devem guardar

 

Já senti minha alma perfurada
Por pessoas sem muito sentimento
Que parecem um cacto espinhento
Mas que um dia eu chamei de minha amada
Porém ela com a alma ressecada
Parecia gostar do meu sofrer
E assim nunca pôde perceber
Que ao contrário do que ela tentava
Meu próprio coração nunca secava
Pois meus olhos viviam a chover
                                                          (Victor Alvim)